«Naquele tempo, Jesus tomou a palavra e disse: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado». (Mt 11, 26-30)
Deus não se revela na arrogância, no orgulho, na prepotência, mas na simplicidade, na humildade e na pobreza. Assim, na primeira leitura: «Eis o teu rei, justo e salvador, que vem ao teu encontro, humildemente»; ele elimina os instrumentos de guerra e instaura a paz entre as nações. No Evangelho, Jesus, o Messias prometido, louva ao Pai por Ele se revelar aos humildes: «Eu te bendigo, Pai, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos humildes». A salvação rejeitada pelos “sábios e inteligentes”, é acolhida pelos “pequeninos”. Os “grandes”, instalados no seu orgulho e auto-suficiência não têm tempo nem disponibilidade para aceitar os desafios de Deus; mas os “pequenos”, na sua pobreza e simplicidade, acolhem a verdade libertadora do Evangelho.
O profeta Zacarias mostra que Deus está preocupado com a salvação do seu Povo. Por isso, o profeta anuncia a chegada de um rei “justo e salvador”, um rei de paz. Descreve o rei-messias que entra triunfalmente em Jerusalém como rei justo e vitorioso, mas de forma humilde e pacífica: ele não cavalgará um cavalo de guerra (símbolo do militarismo), mas um “jumentinho, filho de uma jumenta”. A sua humildade contrasta claramente o poder agressivo dos reis deste mundo. Jesus é o “rei” humilde e pacífico que vence, com a força do amor, faz acabar as guerras (ele aniquilará os instrumentos de morte – os carros de combate, os cavalos de guerra, os arcos de guerra) e instaura a paz universal. O seu “reino” irá “de um mar ao outro mar” e do “rio” (Eufrates) “até aos confins da terra” (isto é, abarcará a totalidade do mundo antigo).
A Segunda Leitura, apresenta a salvação como um dom não merecido. É obra do Espírito Santo (cfr. Rom 8,1-39). Os discípulos de Cristo estão bem conscientes de que, a vida simples e humilde de Jesus, que passou fazendo o bem a todos e deu a vida pelos seus amigos constrói a verdadeira a paz e dá a salvação eterna. Se fizerem da sua vida um dom a Deus e aos irmãos, receberão a vida nova e definitiva.
Para os critérios deste mundo, a vida de Jesus foi um rotundo fracasso. Ele não assumiu cargos públicos, nem acumulou riquezas, mas viveu a Sua vida como um serviço, na simplicidade, na humildade, sem ter para si próprio uma pedra onde reclinar a cabeça. Não procurou o apoio dos grandes e dos poderosos, mas com simplicidade aproximou-se dos humildes, dos marginalizados, condena as situações de escravidão e de pobreza. Ensinou àqueles que o seguiam, que Deus os ama e que quer fazer deles seus filhos. Pregou o amor de Deus e a salvação eterna, mas, abandonado por todos, foi condenado a uma morte infame e pregado numa cruz. No entanto, ele venceu a morte e recebeu de Deus a vida plena e definitiva. (Padre Leo)